Riam-se se conseguirem!

O dia de ontem poderia ter sido... mais dramático.
Apesar de ter saído tarde de casa consegui deixar Sete Rios para trás ao som dos Sinais de Fernando Alves na TSF. Sinal de que iria chegar a horas ao trabalho. “Óptimo” penso.
Quando viro para a Rua de Campolide o trânsito está completamente engarrafado. Demoro 35 minutos a fazer um percurso que normalmente leva 5 minutos.

Ao chegar ao trabalho o comando da garagem decide fazer greve e exigir pilhas novas.
Chego 45 minutos atrasada e dou uma resposta arisca quando me chamam à atenção, dizendo que o XYZ Junior - filho do chefe - também chegou à mesma hora devido às mesmas circunstâncias que as minhas.

Há noite tinha que levar a minha mãe ao médico oncologista e pensei “Bolas, isto vai ser um longo dia”

Trabalhei durante parte da hora de almoço para compensar o atraso. Mesmo que tivesse trabalhado no Sábado, mesmo que tivesse trabalhado nas férias de Natal, mesmo que qualquer atraso meu já estivesse mais do que compensado.
Ao regressar a casa o trânsito era surpreendentemente inexistente. Fico feliz porque precisava de ir passear os Weims antes de ir buscar a minha mãe a fim de a levar ao médico, eram 18:30 e tudo parecia correr bem. Até ter entrado em casa. Claro.

Quando me deparei com o armário da cozinha descaído, pratos partidos em cima do balcão da cozinha, pratos partidos no chão ... desesperei em voz alta: “&/%$ #&%/& eu não precisava de isto hoje. %$#/$%&$ é pá assim não. ##%%&&# #)(/## Calvin ##”%$”# e &%&$###


Como tinha horários a cumprir com a minha mãe, acalmei um pouco, pego nos Weims e levo-os ao Parque Urbano para um mini passeio intenso. Já com eles no carro e em pleno ataque de nervos telefono para a Sofia para desabafar.
“Sofia, nem queiras saber ...” e enquanto os Weims correm atrás um do outro, conto-lhe os estragos na cozinha.



Eram já 22:30 quando finalmente deixo a minha mãe em casa depois da consulta. Ajudo-a a vestir o pijama, preparo um saco de água quente para lhe colocar na cama e por volta das 23hrs deixo-a para ainda ir passear os Weims à Expo. Sim, porque apesar da hora tardia, os Weims precisam do grande passeio do dia.

Chegamos a casa às 00:15 e depois de ver de novo o estado da cozinha, interrogo-me sobre se eles merecem comer.

A Gucci definitivamente que sim. Apesar de saber que foi o Calvin a chegar ao armário... mas foi para tirar lá de dentro o saco com pão e os Dentafix e, é certo, a Gucci terá ajudado o irmão a comer o espólio das piratarias.

Apanho os tacos e os vidros, recolho as porcarias que espalharam, varro e lavo o chão da casa. Vou à janela fumar um cigarro e continuo a perguntar-me se lhes dou de comer.
Como o chão da cozinha já estava seco e como o Calvin precisava de tomar o anti-biótico decido dar-lhes de comida. Quando estou a super-visionar o jantar deles (devido às diferenças de idade os Weims comem comida para meses diferentes) reparo que o Calvin desta vez não tirou os cortinados. Apesar de o ter feito no quarto e no escritório. Se ele tivesse tirado as cortinas da cozinha, não haveria de sobrar nada para voltar a colocar. Estes ele teria roído até ao nylon.

Preparo-me para ir deitar.
Decido que depois de um dia destes os Weims não merecem vir para a minha cama. Antes que eles saltassem para cima da minha, indiquei-lhes as camas deles. A Gucci deita-se logo, mas o Calvin decide dar em Weimaraner teimoso e tenta subir para cima da minha cama. Levanto-me num repente e quase que lhe rosno a mandar ir para a cama dele e ficar.

Já passava das 2 da manhã quando finalmente tudo fica quieto.
A Gucci já toda enroscada, solta um: “Aahhuummff” e eu respondo-lhe “ Ahhuummff para ti também”